sábado, 28 de março de 2015

Vivendo sem Facebook


Vivendo sem Facebook





Há vida fora do Facebook.
E essa não é uma pergunta. É uma afirmação.
Apesar de eu ter um perfil naquela rede social, reconheço que não a utilizo tanto quanto poderia (ou deveria). É que utilizar com mais profundidade o Facebook teria como consequências imediatas trazer mais visitantes ao, promover mais conteúdo relacionado aos temas que são divulgados por aqui, aumentar a audiência do site etc. etc. etc. Só que não.
O silêncio tende a lhe dizer coisas: que o barulho era desnecessário“.
- Leo Babauta
Felizmente, eu não estou sozinho, nessa prática de uma vida sem Facebook. Leo Babauta, autor de um dos blogs – Zen Habits – de maior audiência mundial, não tem Facebook. Aliás, ele deletou a sua conta nessa rede social há mais de 17 meses, conforme um post que publicou em seu blog, e que serviu de inspiração para esse artigo.
O objetivo disso era bem claro: viver deliberadamente. Quando você vive sem o Facebook, você não precisa mais se preocupar em checar as últimas atualizações de seus amigos, lidar com requisições de amizade de estranhos, postar qualquer coisa que esteja acontecendo com você, curtir ou não fotos “engraçadas” etc.
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Como diz o Leo:
“This is not to belittle what others do, but to reflect on the noise that builds up when we participate neck-deep in a social network”.
Que, numa tradução livre, quer dizer:
“Isso não significa, por evidente, menosprezar o que outras pessoas fazem, mas simplesmente refletir sobre o barulho que se acumula quando participamos em profundidade de uma rede social”.
A grande questão aqui, meu(minha) amigo(a), é tempo. Ou melhor: priorizar as coisas que realmente são importantes. Quando você deixa de fazer todas as atividades típicas de um usuário de Facebook, tais como curtir fotos, postar atualizações, checar as atualizações dos outros, jogar Farmville etc., você ganha tempo. Tempo esse que você pode utilizar para fazer muitas coisas. Como praticar exercícios físicos. Caminhar pelo parque. Ler livros. Brincar com seus filhos. Sair com os amigos. Escrever em um blog (aham).
Embora sejamos criaturas sociais, o fato é que a socialização online é ainda muito superficial. Conversar com alguém durante 2 horas no Facebook não se compara a conversar com essa mesma pessoa durante 2 horas numa mesa de bar.
Talvez a necessidade de se socializar se deva ao fato de ficarmos com medo de estarmos sozinhos. E será que isso não seria bom? Experimente se desconectar: um sábado – ou qualquer outro dia da semana – sem email, sem Facebook, sem Twitter ou qualquer outra rede social. Um sábado sem Internet. Sem vida digital.
Sugestões do Leo:
“Desligue, e apenas crie, reflita, faça um braistorm, ande, sente-se sozinho, medite, leia um livro.
Esta solidão pode ser assustadora, mas com o tempo podemos aprender a ser o nosso próprio companheiro, sabendo que não há melhor companhia. Essa é uma valiosa lição a aprender”.
Conclusão: desconectando-se do mundo, para se reconectar a você mesmo
Definitivamente, vivemos a era da distração. São tantas as coisas a nos perturbar – mensagens de SMS, mensagens no Whatsapp, novos emails, novas atualizações no Facebook, telefonemas, notícias de última hora -, que a tarefa mais difícil seja mesmo a de se manter concentrado em uma única atividade.
Sair do Facebook (ou permanecer fora dele, para quem nunca entrou) tem implicações, pois não estaremos mais em sintonia com o resto do mundo.
Isso não é necessariamente uma coisa ruim, na medida em que a menor quantidade de ruído exterior lhe permitirá dar “mais ouvidos” ao seu “eu interior”. Você aprenderá a andar em seu próprio ritmo. Você aprenderá a estabelecer seus próprios objetivos, ao invés deles serem estabelecidos pelos outros. Acima de tudo, você terá mais tempo para refletir e para ter – e sobretudo viver – comportamentos mais alinhados aos seus próprios interesses, e não aos interesses dos outros.
Encerro esse post com a mesma excelente citação que fechou o post do Leo:
“Fui para os bosques porque pretendia viver deliberadamente, defrontar-me apenas com os fatos essenciais da vida, e ver se podia aprender o que tinha a me ensinar, em vez de descobrir à hora da morte que não tinha vivido”.
Henry David Thoreau

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