domingo, 22 de junho de 2014

Dicas

Quando levar sua filha ao ginecologista

Por Equipe BBel
Publicado em 03/02/2012 Atualizado em 05/02/2013

Mãe cumprimenta médico ao lado da filha<>
Shutterstock
Na primeira consulta com a adolescente, o ginecologista pode apenas conversar e tirar dúvidas, ou então fazer um exame mais detalhado. "Normalmente, o primeiro encontro serve apenas para um bate-papo e para estabelecer um bom relacionamento entre o médico e a paciente, esclarecendo dúvidas e inquietudes, bem como para o especialista conhecer o histórico familiar da menina. Sempre que possível, a consulta inicial envolve também um exame físico que até pode assustar, mas não tem necessariamente um caráter ginecológico. Meninas virgens não precisam se preocupar, porque mesmo o temido exame preventivo, que identifica o câncer de colo do útero, no caso delas é feito com um aparelho que garante a integridade do hímen", explica Viviane.
"A primeira consulta é dividida em duas partes. Primeiro, realizamos uma entrevista, que é quando a adolescente deve ser pesada, medida e realizada a anamnese (histórico). Em seguida, fazemos um exame físico. A paciente fica nua, veste um avental aberto para frente e é colocada em posição ginecológica. O médico examina as mamas e o abdômen através da inspecção e palpação, e também a vulva, onde observa-se o desenvolvimento dos pelos pubianos, pequenos e grandes lábios, clitóris e uretra. Se a paciente é sexualmente ativa, acrescentamos o exame especular, com a finalidade de examinar a vagina, colo uterino e colher, além do papanicolau. Por fim, é realizado o toque vaginal, em que se detecta alterações da vagina, útero, ovários e trompas", esclarece Omar.
Após a primeira menstruação, a menina começa a sentir alguns sintomas relacionados a alterações hormonais, que precisam ser avaliados por um ginecologista. "Nesta idade a adolescente pode ter acne e oleosidade na pele e se consultar com uma dermatologista por pensar que é só um problema de pele, mas a médica acaba indicando o ginecologista por serem problemas ligados a alterações hormonais. É normal também sentir cólica, mas é preciso que o ginecologista avalie, para confirmar se é uma cólica comum ou algum problema, como a dismenorreia (um tipo de cólica muito forte) ou um início de endometriose. Já sobre a irregularidade menstrual, é comum acontecer nos dois primeiros anos de menstruação, mas é importante ter acompanhamento médico para descartar a possibilidade de ovários policísticos", alerta Marco Aurélio. "Outros problemas comuns são alterações mamárias e corrimento vaginal", comenta Viviane.
Nesta primeira visita ao ginecologista, a mãe pode acompanhar a filha na consulta. "Neste momento o médico, a mãe e a filha entram em um acordo para que a menina se consulte sozinha nas próximas vezes e, assim, fique à vontade e tenha o direito à confidencialidade na consulta. O diálogo com o ginecologista é um canal de comunicação para a adolescente e ela precisa se sentir segura para conversar, pois muitas vezes ela não tem com quem falar sobre sexo", afirma o médico Marco Aurélio.
"Apesar de não ser obrigatória, a presença da mãe é bem-vinda, já que ela conhece melhor os antecedentes de doenças na família e pode transmitir mais segurança à filha. Porém, é comum que a menina chegue ao consultório acompanhada de uma amiga, o que pode deixá-la mais confortável. Nesse momento, juntas, elas podem tirar dúvidas e conversar sobre orientação sexual, métodos contraceptivos, uso de preservativos e, inclusive, consumo de drogas e suas consequências. Normalmente, a companhia da mãe, além ter de relação direta com o contexto familiar, passa uma sensação de apoio e atenção. Quando o profissional percebe que a paciente se sente embaraçada com a presença de algum familiar, pode pedir para a pessoa se retirar em uma segunda fase da consulta. Assim, é mais fácil abordar questões delicadas como as relacionadas à vida sexual sem qualquer constrangimento", garante a ginecologista Viviane.
Mas a presença da mãe na primeira consulta deve ser uma escolha da filha. "Geralmente, as adolescentes são desconfiadas, por isso sua vontade deve ser respeitada. A maioria prefere a mãe, outras a presença de uma amiga e poucas vão sozinhas. Sobre a escolha de ginecologistas homens ou mulheres, não existe certo ou errado. Uma dica é não levá-la ao mesmo médico da mãe, pois as jovens ficam preocupadas em terem que revelar seus problemas ou intimidades", recomenda Omar. 

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